Nota da campanha contra a privatização do Hospital de Clínicas UFPR!

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O que é o HC?

É o Hospital Universitário da UFPR, local onde os estudantes de saúde fazem parte da sua formação, mas não é só isso! Com luta continua de seus trabalhadores por mais financiamento e defesa do HC ele também é o maior hospital do Paraná, o maior prestador de serviços do SUS no Paraná (Atende em média 61 mil pacientes por mês) e o terceiro maior Hospital Universitário Público do Brasil. Inclusive tem um ambulatório para o tratamento da Síndrome de Down, criado em 1997, sendo o primeiro da América Latina a se dedicar exclusivamente à doença

A Psicologia faz estágio lá?

Sim, os cursos de saúde podem fazer estágios ou projetos de extensão no hospital universitário. Hoje a psicologia conta com um forte serviço de psicologia, mas ainda tem muita demanda de trabalho – os psicólogos que lá trabalham foram contratados em 1991 e desde então a demanda cresce e não existe mais contratação. Existe também no HC a residência multiprofissional, então muitos formados de psicologia fazem residência lá, o que ajuda, mas não supre a demanda do hospital. Os estágios funcionam hoje ou por programa de voluntariado acadêmico ou via PROBEM, ou programa de extensão– sim, um dos lugares para cumprirmos as horas de extensão pode ser no HC. Além do atendimento ao público, fazemos supervisão, grupo de estudos e reuniões teórico clínicas, ou seja, trabalhamos e aprendemos muito no hospital.Para além desse serviço de psicologia existem trabalhos de psicólogos e voluntários em diversas daquelas casinhas que tem em volta do hospital. Então nosso trabalho por lá é grande! Não é preciso enfatizar a importância do nosso trabalho, mas deixar claro que ele não é possível ser feito sob metas, nem de tempo e muito menos de quantidade de atendimento.

E o que está acontecendo no hospital?

Recentemente mais leitos do hospital foram fechados (hoje em dia já são 280 leitos fechados), além disso materiais não tem sido mais comprados – materiais básicos como luvas, álcool e reagentes para exames. Diversas cirurgias eletivas foram canceladas, ou seja, só quando seu caso for gravíssimo você poderá realizar o procedimento. Vários trabalhadores foram se aposentando e o governo federal não abre concursos públicos, durante muito tempo esse vácuo de profissionais foi reposto pela FUNPAR, uma empresa que contrata trabalhadores via CLT (um regime de contratação que RETIRA muitos direitos dos trabalhadores). O problema maior é que recentement o Ministério do trabalho impediu esses trabalhadores de fazerem hora extra, o que além de diminuir o salário e gerar um descontentamento gigantesco, diminui a força de trabalho disponível. Chega a ser chocante um hospital que é referencia ser tratado dessa forma. Isso não pode ser um problema administrativo, vai para muito além da gestão.

O que resulta disso tudo: são péssimas condições de trabalho para quem trabalha no hospital de clínicas, acompanhado de um aumento gigantesco na fila de pacientes na quantidade de pessoas que voltam pra casa sem atendimento todos os dias.

Desde a edição da Medida Provisória nº 520 (MP 520), em 31 de dezembro de 2010, muito tem se falado e debatido sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Ano passado existiu uma enorme greve em diversas universidades e uma das principais pautas, aqui da UFPR, era barrar essa empresa! Em conjunto com professores e servidores conseguimos nos posicionar contra a entrada dessa empresa no nosso HC, essa forte luta obrigou o governo a utilizar novas táticas para implementar essa empresa. Hoje já vemos em vários jornais e pronunciamentos de políticos dizendo que só existem três saídas para o HC: ou aceita a EBSERH, ou funciona em conjunto com a prefeitura e abre uma UPA, ou o HC não receberá novos pacientes e aos poucos vai deixando de ser referencia. A primeira das alternativas é defendida mais fortemente, afinal é o motivo pelo qual o HC está nessa situação.

Por que ser contra?

A EBSERH é uma empresa e, sendo assim, rege-se pela lógica de mercado- geridas com o objetivo central de obter produtividade. Produtividade é fazer mais com menos, o que significa corte de gastos em setores considerados “não-estratégicos”, ou seja, que não dão lucro, por exemplo pesquisas. Hospitais universitários só podem dar lucros tornando precárias as condições de ensino e de assistência à saúde da população. No entanto, a saúde e a educação não podem ser geridas com esse objetivo.

O que melhorará o hospital é a contratação de novos profissionais, professores com tempo para supervisionar os estudantes e não metas de atendimentos que não conseguem ser cumpridas de forma rápida ao mesmo tempo em que se aprende com qualidade.

E agora? O que fazemos para isso não acontecer?

O diretório acadêmico de medicina lançou uma campanha: o HC que queremos! Campanha essa, que após unificar-se com a campanha ‘O Hc é Nosso!” e com as outras categorias (professores e técnicos servidores, representados por APUF-PR e Sinditest, respctivamente) passou a chamar-se ‘Para não perder o HC”. Nós devemos nos juntar a essa campanha, participar das atividades e entrar nessa luta. Devemos também ficar de olho porque a universidade marcou para dia 21 de novembro o conselho universitário que decidirá se aceita ou não a empresa, mas a partir de agora eles podem alterar a data do COUN com apenas 24 horas de antecedência. Precisamos ficar ligados para ir até a sala do reitor impedir essa aprovação forçada. Sabemos que isso não resolve os problemas do hospital e também não resolve o problema dos estudantes!

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Não a EBSERH! Por um local de ensino que fortaleça a nossa formação e possibilite a assistência à saúde da população! Vamos lutar por mais verbas, mais profissionais e NÃO a venda do hospital!